Dirce Carneiro - Diana Gonçalves

Textos

A ERA PAVAROTTI
A voz do tenor modulou um tempo. É como se ela jamais cessasse, entoada forte, livre, tomando conta dos ares durante gerações. As gerações da ópera tornada popular na união dos três cantores de voz privilegiada, que sobrepujaram as resistências e souberam penetrar o show business, atraindo multidões por onde se apresentassem.

Estranha sensação toma conta da gente quando se vai um, que por algum motivo mexeu com nossas emoções, entrou tão intimamente em nós sem que conscientemente nos déssemos conta disso. Pavarotti com seu vozeirão foi um caso assim. Havia qualquer coisa no seu timbre, independente da sua figura, que tocava misteriosamente nossa alma, dimensões do nosso ser que se contatava com as áreas de reconhecimento do belo, do divino, capaz de nos elevar a planos superiores.

Difícil explicar o magnetismo do artista. Seria a capacidade de entrega total à música? Quando ele se apresentava, era fácil perceber que naquela hora a única coisa que importava era seu canto, a integração perfeita da sua voz aos acordes da orquestra. E o quadro se completava com a platéia também entregue em comoção com a harmonia, a beleza, numa viagem em uníssono de artista, orquestra, ouvintes. E o espetáculo, mesmo depois de findo, ecoava no tempo, perpetuando o momento de extrema beleza, a sensação de termos estado numa dimensão que transcende a realidade objetiva.

Foi-se o homem, mas o artista permanecerá ainda modulando nosso imaginário. Ficam as gerações que ele soube cativar com seu canto extraordinário. A sua arte permanece e sua voz continuará encantando o tempo dos que ficaram.

Sempre que desaparece alguém que tão genialmente soube exercer um dom, penso que há pessoas que deveriam ser eternas, que não deveriam morrer jamais. Pavarotti nos deixou em 06/09/2007 e por mais que a tecnologia o torne sempre presente, a energia que ele emanava é insubstituível.


12/09/2007


CARUSO

Qui dove il mare luccica,
e tira forte il vento
sulla vecchia terrazza
davanti al golfo di Surriento
uno uomo abbracia una ragazza
dopo che aveva pianto
poi si schiarisce la voce,
e ricomincia il canto

Te voglio bene assai
Ma tanto tanto bene sai
É una catena ormai
Che scioglie il sangue tinto vene sai...

Vide le luci in mezzo al mare,
penso alle notti là in America
ma erano solo le lampare
e la bianca scia di un'elica
senti il dolore nella musica,
e si alzo dal pianoforte
ma quando vide uscire
la luna da una nuvola,
gli sembro piu dolce anche la morte
guardò negli occhi la ragazza,
quegli occhi verdi come il mare
poi all'improvviso usci una lacrima
e lui credette di affogare

Te voglio bene assai
Ma tanto tanto bene sai
É una catena ormai
Che scioglie il sangue tinto vene sai

Potenza della lirica,
dove ogni dramma è un falso
che con un po' di trucco e con la mimica
puoi diventare un altro
ma due occhi che ti guardano,
cosi vicine e veri
ti fan scordare le parole,...
Confondono i pensieri
cosi diventa tutto piccolo,
anche le notti là in America
ti volti e vedi la tua vita,
dietro la scia di un'elica
ma si, è la vita che finisce,
e non ci penso poi tanto
anzi, si sentiva gia felice,
e ricomincio il suo canto

Te voglio bene assai
Ma tanto tanto bene sai
É una catena ormai
Che scioglie il sangue tinto vene sai

*****

Nessun Dorma

Nessun dorma! Nessun dorma!
Tu pure, o, Principessa,
nella tua fredda stanza,
guardi le stelle
che tremano d'amore
e di speranza.

Ma il mio mistero e chiuso in me,

il nome mio nessun saprá!
No, no, sulla tua bocca lo diró
quando la luce splenderá!

Ed il mio bacio sciogliera il silenzio
che ti fa mia!

(Il nome suo nessun saprá!...
e noi dovrem, ahimé, morir!)

Dilegua, o notte!
Tramontate, stelle!
Tramontate, stelle!
All'alba vinceró!
vinceró, vinceró!

ENGLISH
No-one sleeps....no-one sleeps,
Even you, O Princess,
in your cold room,
Watch the stars
which tremble with love
and hope!

But my secret is locked within me,
no-one shall know my name!
No, no, I shall say it on your mouth
when the light breaks!

And my kiss will break the silence
that makes you mine!

(No-one shall know his name,
and we, alas, shall die!)

Vanish, o night!
Set, ye stars!
At dawn I shall win!


Ninguém durma! ninguém durma!
Tu também, ó princesa, na tua fria alcova olhas as
Estrelas que tremulam de amor e de esperança!
mas o meu mistério está fechado comigo,
O meu nome ninguém saberá!
Não, não, sobre a tua boca o direi,
Quando a luz resplandescer!
E o meu beijo destruirá o silêncio que te faz minha!

O seu nome ninguém saberá ...
E nós deveremos, ai de nós, morrer!
Morrer!
Desvaneça, ó noite!
Desapareçam, estrelas!
Desapareçam, estrelas!
Pela manhã vencerei!
Vencerei! Vencerei

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DIANA GONÇALVES
Enviado por DIANA GONÇALVES em 12/09/2007
Alterado em 28/09/2007


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