A FACE NUA E CRUA DO IMPEACHMENT
Na ditadura, quando a repressão política prendia quem era contra o regime, contra o cerceamento de liberdades coletivas e individuais, os algozes usavam chantagem e a tortura para fazerem os presos delatarem, acusarem, realizarem a traição a seus companheiros. Como faziam isso? Um dos métodos era ameaçarem a família, não só ameaçarem, mas efetivar a ameaça. Apresentavam mãos, dedinhos de criança ao preso dizendo que era de seu filho ou filha. O dedinho das suas mãozinhas, para que, se o preso não cedesse, apresentarem o cadáver. Trazer as crianças para verem seus pais serem torturados, crianças presenciando um horror contra pessoas que eles não reconheciam como seus pais, tal a deformação causada pelo sofrimento e crueldade. Foi esse método de tortura usado pela advogada de acusação Janaína ao dizer que o impeachment de Dilma era para o bem de seus netos. Dilma é atingida, mais uma vez, naquilo que ela tem de mais sagrado, ao lado da Democracia e o amor pelo seu País. Dilma, que sofreu na sua juventude a tortura no calabouço da ditadura. Janaína usou método de tortura do período mais triste, um período de trevas da nossa História. Coloca novamente a cidadã Dilma Rousseff no calabouço, mostrando a dimensão mais cruel da vileza humana. Cruel, desumano. Quanto vale uma vitória processual? É ética a tentativa de se alcançar um intento de maneira tão vil? Desnecessário, acusação. Desnecessário. O seu parecer do impeachment, vendido por R$ 45.000,00, já foi negociado na Câmara, no balcão de negócios de Cunha e na banca dos Senadores de oposição do Senado. A atitude de Janaína mostra a face nua e crua desse golpe: ele traz o DNA do autoritarismo, da ditadura, da injustiça e da desumanidade. Desculpe, Dilma, força, você não merece passar por isso mais uma vez. 30/08/2016 DIANA GONÇALVES
Enviado por DIANA GONÇALVES em 30/08/2016
Alterado em 28/03/2020 |