Dirce Carneiro - Diana Gonçalves

Textos


MÃE

Mãe, se eu pudesse lhe dizer agora,
Do sentimento que trago no meu peito,
Falaria das lembranças de outrora,
Que vem à mente sem aviso, hora ou jeito.
 
Falaria daquelas tardes ao seu redor,
Que disputávamos deitar no seu colo,
Para receber cafuné, afeto e muito amor -
Ficar assim, alheia ao tempo, sem culpa ou dolo
 
Falaria das cantigas de sua e nossa terra,
Dos causos, das festas, costumes, eventos.
Da sua vida e tudo que a memória encerra,
Um vendaval de emoções e pensamentos.
 
Falaria do seu sentir, de mulher do seu tempo,
De suas escolhas, e do que poderia ter sido.
Mas foi como pôs o destino e assim contemplo,
O seu semblante a refletir, tão compadecido...
 
Ó minha mãe eu lhe diria, como mulher e amiga:
De onde chegou trouxe consigo a consciência,
De que a vida tem seus caminhos e nos obriga
A dar os passos do coração, fiéis à nossa essência.
 
Tudo eu lhe diria, minha mãe querida.
Dedico-lhe reconhecimento e preito -
Que a amo e como lhe sou agradecida,
Por mostrar-me o que é o amor perfeito.
 
Hoje sei, revendo a nossa história,
Vejo que aprendi o que antes só vivia,
Na simplicidade do que era a trajetória,
Que éramos tão felizes e isso eu não sabia.
 
Com sua presença, seus afagos, dedicação,
Seus mimos, seu exemplo seu amparo,
Era pleno o sentimento, alegre o coração:
Amor que só agora, como mãe, eu o comparo.
 
Esteja, minha mãe, na luz do Criador.
Seu nome escrito para sempre no Seu livro.
Guardarei eternamente seu abraço, seu calor,
Do tempo de amor que dedicou ao nosso abrigo.



Para 08/05/2016
Dia das mães

 
DIANA GONÇALVES
Enviado por DIANA GONÇALVES em 07/05/2016
Alterado em 07/05/2016


Comentários

Tela de Claude Monet
Site do Escritor criado por Recanto das Letras