Dirce Carneiro - Diana Gonçalves

Textos


PARA ONDE VÃO AS SETAS DO MEU ARCO
É assim... simples assim:
Eu não fico aqui no (Face e no RL) jogando indiretas, fazendo futrica, alimentando assunto requentado, nem levando tudo para o lado pessoal, tampouco disparando setas envenenadas para este ou aquele alvo pessoal.  A minha meta é mais ampla, distante, mais alta e mais funda.
Críticas, xingamentos, ofensas dirigidas a partido político não me atingem pessoalmente, meu DNA é outro, ainda que defenda plataformas e propostas daquele que contempla políticas voltadas à justiça social.
Ofensas e xingamentos com palavras de baixo calão, dirigidos à Presidente da República atingem-me na condição de cidadã consciente do valor de uma pessoa e da colaboração de sua vida para a qualidade da Democracia que temos e desfrutamos com tanta liberdade. Além disso, atingem-me porque reconheço o muito de preconceito e menosprezo à condição feminina no País e nesse contexto, atingem a todas as mulheres brasileiras.
Oras, dirão alguns... Muitas mulheres também a xingam e ofendem. Pois é... muitas mulheres adotam o pensamento machista e preconceituoso dos homens. Muitas mulheres, quando uma menina é violentada, diz que a menina fica se oferecendo.  Isto é um pensamento machista. Nenhuma atitude de uma mulher, seja ela criança, adolescente ou adulta, justifica a violência física, verbal ou psicológica contra ela.
Muitas mulheres, quando o seu homem se interessa por outra mulher, dizem que a culpa é da mulher.  Isto também é um pensamento machista,  preconceituoso e estreito. Embora tudo possa acontecer nas relações humanas, atribuir a um só lado a responsabilidade é incapacidade de ver e julgar as situações. Conhecemos a índole bígama masculina e seu histórico de manter uma estrutura formal e fixa para a imagem do “homem de bem”, do “homem público”, do “homem corporativo”  e outra ou outras “estruturas volantes”.
Enfatizo: Nada do que expresso  nos meus escritos é mandado como seta venenosa a atingir o coração particular de alguém.
Se pessoas tem suas idiossincrasias e algo lhes serve de carapuça, a questão é com elas mesmas ou no divã do analista.
Jogo de cintura para adaptar-se à hipocrisia, para ser benquista pela maioria, para obter muitos clics não é de meu perfil.
Percebi que o jogo de cintura até a afetação da espinha faz um mal danado desde os tempos da dita dura. Via alunos – crianças em formação, sendo usados por diretores para espionar seus professores. Via empregados e funcionários sendo tábua rasa para não desagradarem o sistema e se darem bem na vida.
Optei pelo prejuízo financeiro no que dependesse da renúncia aos princípios da coerência e da sanidade mental, psicológica e espiritual. Cada um sabe dos seus limites, da sua consciência e do seu íntimo.
Adotar significantes nas entrelinhas – é para a poesia.
Indiretas, fuxicos, futricas, maledicências – é para candinhas.
Não me dou nem me presto a este trabalho. Meu tempo e meu talento – se algum possuo – são para outras questões, como ideias, versos, crônicas, frases, imagens e palavras que possam despertar sentidos adormecidos e oxalá, construir...
Não vamos nos ater a pensamentos pequenos, estreitos, ditados, talvez, pelo desconhecimento do outro e pelo sentimento de pertença a um grupo. Porque em grupo se é forte – mas e no oculto, no mais íntimo do ser... como é?
Não queiram colar em mim suas próprias intenções, hábitos, contradições, julgamentos, sentenças.
Por favor, não queiram colar em mim a imagem de si mesmos...
 
26/12/2015
DIANA GONÇALVES
Enviado por DIANA GONÇALVES em 26/12/2015
Alterado em 26/12/2015


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