Saji Pokeo
-Diana Gonçalves


D´um tempo que nem contestar se podia,
-Gastei meus dias a trabalhar,
E a cura sempre vinha tardia,
-Os males nem sempre podem esperar.
Era a ferida do amor que ardia!
-Ainda não sabia os segredos de amar.

Era muita tristeza, alegria eu não sentia,
-Como saber, se não experimentar.
Na sua imagem, meu corpo estremecia,
-Seu retrato eu nem podia contemplar!
No meu pensamento, sua voz me acudia!
-Nos meus ouvidos, era sinfonia a tocar.

Com linhas traçadas em forma de melodia,
-Escrevo este poema, para a amada lembrar.
Lá no fundo, chorando de nostalgia,
-Mas por fora não posso aparentar.
Agora estou aqui, mas não podia...
-Dizer em versos um amor que preciso sufocar.

Foi tão de repente, nunca imaginaria,
-Tão grande sentir, maior ainda o penar.
Nunca pensei que assim te perderia,
-Nem que um dia eu viesse a chorar,
Que tanto amor assim se acabaria!
-Num tempo em que não se podia contestar.

Um soluço, um brinde a nossa companhia,
-Levantemos nossas taças ao ar.
No paladar um gosto de ironia,
-Um sabor que não dá para explicar,
Do néctar do amor que anestesia!

Incrustada em mim, eu não percebia,
-Que sua imagem vinha me tatuar,
E que em tão pouco acabaria,
- E agora é impossível de apagar,
Como num sonho, numa magia!
-Um sortilégio,  fácil de desencantar.

Palavras amargas, que você jamais entenderia,
-Pronunciadas no ímpeto de me poupar.
Uma lembrança apenas, vem desta mente doentia,
-Louca de desejo de ainda te tocar.
Um amor profundo que d'alma se esvaia!
-E pensar que eu o quis um dia eternizar.

Tudo acabou, foi o fim, foi do bolo a última fatia!
-Mas se eu pudesse, de novo o viveria,
-Podem dizer, é loucura, mas, ah! eu ia!



25/06/2007