A UM PASSO//ERRANTE (Lina/Diana)
Vivo na linha do horizonte
-Andarilha errante, entre o céu e a terra, no mar. -Porto seguro ficou distante. Sozinha vou , um bionte, -como um autômato, sigo adiante em uma nau perdida a navegar. Equilibro-me no fio da navalha -Qual astro bêbado, cambaleante, como se fôra uma ponte -Um raio de luz que brilha entre meu corpo e a poalha -Fagulha que no céu cintila sempre no ar a bailar. Ando descalça na corda bamba, -sem platéia, sem aplauso, numa intrépida batalha, -no tempo não tenho pouso tentando me equilibrar -sem direito à distração, sem falha, sobre uma grande muralha, caramba! -E ainda é preciso poetar! Debruço-me à beira do precipício -Lá no profundo, ouço uma voz a me chamar, buscando no vácuo me inspirar. -Como sempre fora seu ofício Minha’alma livre começa a dançar -Sob um som que ecoa no ar, mas sempre volto ao início... -Meu destino é errar. Caminho sobre um risco de giz -Que o vento teima em apagar, à procura de onde chegar -Danço, mas ninguém pede bis Mas fico , na verdade, por um triz -Quase alcanço a mão de um par sempre a um passo de ser feliz Lina Meireles -Diana Gonçalves 25/06/2007
DIANA GONÇALVES
Enviado por DIANA GONÇALVES em 25/06/2007
Alterado em 24/07/2007 |