Dirce Carneiro - Diana Gonçalves

Textos

SIMBOLISMO - ALFHONSUS DE GUIMARAENS
AFONSO HENRIQUES DA COSTA GUIMARÃES

* 1870 -  Ouro Preto – Minas Gerais
+  1921 – Mariana – Minas Gerais

Nome literário: Alfonsus de Guimaraens

VIDA

- fez os primeiros estudos em Minas e interrompeu-os pela morte da prima Constança a quem o poeta amava
- 1895 – forma-se em Direito em São Paulo
- 1895 – torna-se promotor em Conceição do Serro e depois juiz nessa mesma cidade
- 1904 – transfere-se para Mariana – juiz municipal até a morte em 1921
- em Mariana vive retirada e obscuramente
- chamou a si mesmo de “O Solitário de Mariana”
- viveu numa “torre de marfim”

OBRAS

1899 -  Setenário das Dores de Nossa Senhora, Câmara Ardente, Dona Mística (poemas)
1902 – Kiriale – coletânea de poesias
1923 – Pastoral aos Crentes do Amor  e da Morte (póstuma)
1938 – Edição de suas obras dirigidas por Manuel Bandeira, os livros Nova Primavera (tradução Heine), Escada de Jacó e Pulves


CARACTERÍSTICAS

1 – Poeta essencialmente místico

2 – Preocupação com sentimento religioso

3 – Espiritualismo, atmosfera de sonho, mistério, tonalidade medieval – lirismo religioso

4 – influência de Verlaine (misticismo cheio de ternura e melancolia)

5 – Tendência ao arcaísmo (exemplo, seu nome)

6 – Lirismo amoroso dirigido à amada morta – Constança  (Dona Mística e poemas da Pastoral e à Virgem)

7 –Identificação da Virgem e Constança, a noiva precocemente morta

8 - Temas da morte – anseio de evasão e desejo de encontrar-se com a Santíssima (flor roxa, violetas, virgens mortas e fins de tarde)

9 - Poesia litúrgica

10 – Poesia da música de câmara

11 – Música verbal dos tons menores, amaciou o alexandrino e o decassílabo, aperfeiçoou a redondilha

12 – Versos simples

13 – Poesia pouco descritiva, contendo mais sugestão

SONETO

Hão de chorar por ela os cinamomos
Murchando as flores ao tombar do dia
Dos laranjais hão de cair os pomos
Lembrando-se daquela que os colhia

As estrelas dirão: - Ai! Nada somos
Pois elas se morreu silente e fria
E pondo os olhos nela como pomos
Hão de chorar a irmã que lhe sorria

A Lua que lhe foi mãe carinhosa
Que a viu nascer a amar, hás de envolvê-la
Entre lírios e pétalas de rosa

Os meus sonhos de amor serão defuntos
E os arcanjos dirão no azul ao vê-la,
Pensando em mim – “Por que não vieram juntos?"


Tema: Lamentação do poeta pela morte da mulher amada
1 - Ela – mulher amada
2 - Poeta – “meu” – subjetivismo
3 – Elemento divino – presença dos arcanjos e espiritualismo católico
4 – Presença da natureza – subjetivismo – projeção do cientificismo do poeta na natureza
5 – musicalidade – repetição dos sons  - cinamomo – contém n, m, os – música, 6 – 6 6 6 - preocupação com rima
7 – segunda estrofe – pomos – símbolo bisênio – duas categorias gramaticais numa só palavra. Pode ser verbo e substantivo
8 – Notamos o aparecimento de prosopopéia – colocação de mais afetuosidade – afeição profunda pelas coisas
9 -  Meus sonhos – noção de vago, objetivo sugerido – não é conhecido



Apontamentos para Vestibular
DIANA GONÇALVES
Enviado por DIANA GONÇALVES em 22/05/2007
Alterado em 23/05/2007


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