Dirce Carneiro - Diana Gonçalves

Textos

COLAÇÃO DE GRAU
Foi no dia primeiro de fevereiro deste ano de 2007, uma quinta-feira, no Memorial da América Latina.

Paulo Augusto, meu filho, colou grau do curso de Comunicação Social, Propaganda e Marketing.

Quando chamaram seu nome, ele levantou-se, ergueu os braços com os punhos fechados em sinal de vitória e ali vi expresso o sentimento da conquista de mais uma etapa de sua vida. Ele fizera sua parte e recebia naquela hora seu galardão.

Os duzentos chapéus jogados  para o alto é das minhas cenas preferidas, num espetáculo de desprendimento do peso da responsabilidade de anos de estudo e sobretudo de sonhos lançados para o Universo. Certamente Deus os acolheu e os abençoou, pela confiança no Criador e porque é importante ter sonhos e vê-los realizado. Esta é a minha leitura, porque somente cada um saberia dizer do conteúdo de seu coração e da sua alma naquele instante.

As famílias faziam o contraponto à solenidade que os organizadores tentavam imprimir, com gritos e apupos na medida em que os nomes eram mencionados. Estouravam balões, dos quais saiam papéis coloridos, faziam buzinaço e sustentavam bolas de ar amarradas em cordões. Pais, parentes e amigos espocavam flashes com seus celulares e máquinas digitais.

Assim extravasavam a alegria, a felicidade e o sentimento de que ambos, formandos e família, fizeram bem a lição de classe e de casa.

Houve as homenagens de praxe, mas uma marcou pela tristeza e saudade. Um jovem formando cometera suicídio. A comoção tomou conta daqueles jovens à lembrança do colega desaparecido e para eles um ato tão extremo causara perplexidade e era de impossível compreensão.

Ao som de blues tocado pela banda contratada pela eficiente comissão de formatura, aos poucos o nervosismo dos formandos foi dando lugar à descontração e irreverência própria de jovens universitários, ainda mais sendo da área de comunicação.

Foram muitas emoções.  Sei que essas palavras não expressam a emoção que senti, mas digo que quando entrei no saguão e vi meu filho vestido de beca dirigindo-se a mim, as lágrimas vieram aos meus olhos, minha garganta embargou e aquele momento eu levarei comigo para sempre.



12/02/2007

DIANA GONÇALVES
Enviado por DIANA GONÇALVES em 12/02/2007
Alterado em 13/02/2007


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