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APENAS AMIGOS
Fala-me do código dos teus desejos,
das artimanhas que usas para a conquista. Fala-me o que queres de mim, conta-me do descompasso entre o definitivo que anseio contrapondo ao seu descompromisso com o duradouro de laços. Fala-me dos teus laços desfeitos, conta-me da tua parte, dos teus motivos. Fala-me do impulso que te move, conta-me o quanto a aventura é tua guia. Fala-me da paz após o gozo e da tua pressa. Conta-me que o gozo é teu farol, tua única meta, nos teus encontros fugazes. Conta-me que depois não voltarás. Fala-me da tua transitoriedade, Conta-me, em confissão auricular, Que és um viajante de passagem, que teu intuito é só ficar. Conta-me, conta-me tudo, mas só depois da descoberta do código do seu desejo, da marca do seu fogo, da sede saciada. Fala-me, não mais importa se a chama que te queima é verdade ou mentira, miração ou ilusão. Conta-me, mendigo faminto, agora já refeito, Quando, no nirvana, após o êxtase da volúpia, encontra a calma. Fala-me, conta-me, querido, enquanto estamos vivos e pudermos ser apenas amigos. 23/10/2006
DIANA GONÇALVES
Enviado por DIANA GONÇALVES em 27/10/2006
Alterado em 27/10/2006 Comentários
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