E SE FOSSE COM VOCÊ (II)
Fiquei chocada, mas não me dei por vencida.
Falei com o responsável pela igreja, fiquei sabendo da tentativa de modificar a situação deles, mas que o caso era considerado irreversível. Insisti. Telefonei para igrejas evangélicas notoriamente eficazes na recuperação de casos difíceis. Vemos notícia todos os dias na mídia sobre o imenso trabalho realizado no setor. Pois bem, o pastor atendeu-me prontamente ao telefone, perguntando-me se existia alguma igreja sua atuando na região. Confirmei a existência. Então, continuou ele, certamente já havia sido feito um trabalho com aqueles mendigos e se eles continuavam, o caso era considerado sem solução. Aconselhou-me, por fim, nunca mais tomar a iniciativa de dirigir-me a criaturas nessas condições, por ser muito perigoso. A abordagem de homens, mulheres e até crianças nessas circunstancias exige técnicas e aprendizado especiais, não deve ser feito por uma pessoa sozinha e sim em parceria. Dissertou sobre a revolta e o ódio que tais pessoas guardam dentro de si, pela sua história de vida e vicissitudes por que passaram ou até mesmo porque nunca tiveram o aprendizado de valores e conceitos usuais num tipo de vida diferente. Continuou, muitos se envolvem com drogas, fazendo parte da malha intrincada e perigosa do crime. Senti horror, medo e indignação tomando conhecimento da complexidade do caso com o qual a sociedade convive e até alimenta, já que algumas senhoras dão dinheiro todos os dias e quando não o fazem se justificam, menos por caridade, mais por medo. Continua ... 16/06/2006
DIANA GONÇALVES
Enviado por DIANA GONÇALVES em 17/06/2006
Alterado em 19/06/2006 |