O BIGODE (Exercícios)
I
Portava na face um bigode chinês Nos olhos trazia uma luz diferente. Semblante marcado por rugas na tez, E um jeito bem nobre, porém displicente. Esteve na guerra e contou certa vez Que a dor de matar, só quem mata é que sente. Porém revelou, ao olhar, aridez. Sua voz é serena, num tom diferente... A vida depois com sentido diverso, Andar resoluto persegue o seu alvo, E em seu coração ele guarda a esperança. Sozinho ele enfrenta esse mundo perverso, Somente o bigode de quando foi salvo Carrega consigo, com tanta pujança! *** O Bigode II Portava orgulhoso um bigode chinês daqueles que dobram na curva da face. Lembrava o bigode de um gato siamês De olhos bem verdes, qual folha de alface. Passando chapinha três vezes por mês, Cuidava do mesmo, a temer que amassasse. O antigo barbeiro, num gesto cortês Tacava-lhe enfeites pra dar maior classe Fazia massagem com mui brilhantina E a luz refletia pra longe seu brilho Na triste ilusão de esconder a careca. Com tanta vaidade, tal qual u'a menina, pegando seus fios, com zelo, qual filho... Se houvesse uma bola, jogava peteca. Diana Gonçalves Edir Pina de Barros Elïscha Dewes Fiore Carlos Paulo Camelo 11/06/2009 – Oficina de Sonetos Ritmo do Hendecassílabo! Tônicas em 2ª, 5ª, 8ª e 11ª Dois quartetos e dois tercetos
DIANA GONÇALVES
Enviado por DIANA GONÇALVES em 04/08/2009
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