Uma sonha, a outra faz
Uma chora, a outra ri
Uma pensa, a outra vive
Uma crê, a outra duvida
Uma tem medo, a outra coragem
Uma é do lar,  a outra mundana
Uma é arisca, a outra dócil
Uma verga, a outra confronta
Uma cai, a outra levanta
Uma é filha, a outra é mãe
Uma é mulher, a outra amante
Uma é puta, a outra pura
Uma é a paz, a outra é guerra
Uma é a terra, a outra oceano
Uma é triste, a outra feliz
Uma é esperança, a outra desespera
Uma chega, a outra nunca alcança
Uma dá, a outra regateia
Uma é sábia, a outra ignara
Uma é noite, a outra dia
Uma é sol, a outra lua
Uma é lago, a outra rio
Uma é trovão, a outra o raio
Uma é escuridão, a outra é luz
Uma é reta, a outra curva
Uma é o quadro, a outra é risco
Uma é estréia, a outra o ensaio

E assim infinitamente...


E essa esquizofrenia é que faz o espetáculo valer a pena.

25/09/2008